Atividade (correção da professora Maria Alice de Souza)
1) Na Unidade 2
(ZAMPRONEO, 2012), foram tratados texto, coerência e coesão.
A inteligibilidade do texto
depende da coerência e da coesão. O texto coerente não apresenta contradição
nas ideias expostas. Além disso, deve haver interação entre emissor e receptor,
pois, na elaboração/interpretação do texto, é necessário o compartilhamento de
conhecimento entre produtor e receptor, o que implica, também, conhecimento de
língua e de mundo, inferências, intertextualidade, fatores pragmáticos,
interacionais e contextuais.
Por sua vez, a coesão é
"a forma como os elementos lingüísticos presentes na superfície textual se
interligam, se interconectam, por meio de recursos também lingüísticos, de modo
a formar um tecido (‘tessitura’), uma unidade de nível superior à da frase, que
dela difere qualitativamente" (KOCH, 2004, p. 35).
Da coesão depende a
ligação dos sentidos isolados, para evidenciar a estruturação da sequência
superficial do texto, sem perder de vista o todo e a intenção com que se produz
esse todo, para constituir finalmente um texto. Baseando-se no exposto e no que
você estudou, leia o texto seguinte e responda às perguntas.
A Venda da Felicidade
A era industrial
aumentou consideravelmente a produção de bens de consumo. Agora, na era da
informática, esse consumo foi até facilitado, através da internet. No
quotidiano, o consumismo é estimulado e vendido como felicidade. Seria
verdadeira essa relação?
Com as altas taxas de
desemprego e a coisificação do homem, a população fica emocionalmente
fragilizada. Essa fragilidade é fruto da exclusão social e da concepção de
homem como ser descartável. Em uma sociedade com uma cultura descartável,
representada pela cultura de massa, o homem também o é. Além de sofrer com
estressantes jornadas de trabalho, transporte longo e demorado, o homem também
sofre em seu tempo livre. Ele anseia por tempo livre, mas não sabe o que fazer
com ele – até o seu tempo livre é alienado.
Esse é o momento
oportuno para as campanhas de marketing. Impossibilitado (financeiramente) de
se desenvolver pessoalmente através de estudo ou com o uso qualificado de seu
tempo livre, o homem passa horas na frente da TV. Assim, o carro representa a
liberdade, a cerveja representa a alegria, o remédio representa a paz. As
campanhas padronizam os sentimentos e os oferecem personificados em produtos. E
ainda estimulam a troca desses mesmos produtos, pouco tempo depois, por outros
melhores e mais modernos.
O grande erro das
pessoas que se entregam ao consumismo desenfreado sem refletir é que, apesar de
inúmeras tentativas, o mal-estar causado pela exclusão social, pela alienação
do tempo, não pode ser aliviado pelos produtos consumidos. A felicidade e a
realização pessoal não vêm embaladas e prontas para o consumo; são frutos de
equilíbrio emocional, autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.
Características que são alcançadas, gradualmente, no decorrer da vida (adaptado
de SOUSA, 2012).
a) O texto é coerente?
Por quê?
R: Sim, pois não
apresenta contradição de ideias.
b) O texto tem coesão?
Por quê? Utilize elementos do texto – substantivos, pronomes, conjunções etc. –
para fundamentar sua resposta.
R: O texto tem coesão,
já que utiliza elementos de transição e retomada (como: agora, esse consumo,
essa fragilidade, esse é o momento, assim, mas, entre outros), termos que
retomam passagens anteriores e possibilitam acrescentar outros aspectos.
Observação:
A era industrial aumentou consideravelmente a
produção de bens de consumo. Agora, na era da informática, esse consumo (coesão referencial - retoma o
termo “consumo”) foi até facilitado, pela internet. No quotidiano, o
consumismo é estimulado e vendido como felicidade. Seria
verdadeira essa relação? (refere-se à relação consumismo e felicidade).
Com as altas taxas de desemprego e a
coisificação do homem, a população fica emocionalmente fragilizada. Essa (coesão referencial - retoma
“fragilizada”) fragilidade é fruto da exclusão
social e da concepção de homem como ser descartável. Em uma sociedade com uma
cultura descartável, representada pela cultura de massa, o homem também o (coesão
referencial - retoma “descartável”) é. Além de (coesão
sequencial – articulador discursivo) sofrer com
estressantes jornadas de trabalho, transporte longo e demorado, o homem também
sofre em seu tempo livre. Ele (coesão referencial - retoma “homem”) anseia por tempo livre, mas (coesão sequencial – conjunção adversativa) não sabe o que fazer com ele (coesão referencial - retoma o termo “tempo”)– até o seu (coesão
referencial - refere-se a “tempo do homem”) tempo livre é
alienado.
Esse (coesão referencial - retoma “tempo livre alienado”) é o momento oportuno para as campanhas de marketing.
Impossibilitado (financeiramente) de se desenvolver pessoalmente pelo estudo ou (coesão
sequencial – conjunção alternativa) com o uso qualificado de seu tempo livre, o homem passa horas na
frente da TV. Assim (coesão sequencial –
articulador discursivo), o carro representa a liberdade, a
cerveja representa a alegria, o remédio representa a paz. As campanhas
padronizam os sentimentos e (coesão sequencial – conjunção aditiva) os oferecem personificados em produtos. E ainda (coesão sequencial – articulador discursivo) estimulam a troca desses mesmos produtos, pouco tempo depois, por
outros melhores e mais modernos.
O grande erro das pessoas que (coesão
referencial - refere-se a “pessoas”) se entregam ao consumismo desenfreado sem
refletir é que, apesar de inúmeras tentativas, o mal-estar causado pela
exclusão social, pela alienação do tempo, não pode ser aliviado pelos produtos
consumidos. A felicidade e a realização pessoal não vêm embaladas e prontas
para o consumo; são frutos de equilíbrio emocional, autoconhecimento e
desenvolvimento pessoal. Características que são alcançadas, gradualmente, no
decorrer da vida (adaptado de SOUSA, 2012)
2) Na Unidade 3
(ZAMPRONEO, 2012), foram revistas algumas normas gramaticais imprescindíveis à
elaboração escorreita de textos.
Conforme o que você
aprendeu, resolva os exercícios seguintes.
I– (FUVEST) Complete as
frases a seguir com as formas corretas dos verbos indicados entre parênteses.
a) Quando eu reouver os
livros, nunca mais os emprestarei. (reaver) ü
b) Os alienados sempre
se mantêm-se neutros. (manter-se)
Os
alienados sempre se mantêm / se mantiveram neutros. (manter-se) [o advérbio atrai o pronome átono]
c) As provas que
contivessem mais erros seriam comentadas. (conter) ü
d) Quando ele compuser
uma canção de paz, poderá descansar. (compor) ü
II – "O tráfico de
animais silvestres constitui prática ilegal. Para coibir a prática ilegal, as
autoridades responsáveis montam barreiras nas estradas, o objetivo dessas
barreiras é impedir as tentativas de exportar os animais silvestres." Para
tornar o segmento anterior inteiramente correto, é preciso substituir os
trechos grifados pelos pronomes correspondentes.
Assinale a alternativa
que faz as substituições corretamente.
a) coibir-a – cujo o
objetivo – exportá-los.
b) coibir ela – onde o
objetivo – exportar-lhes.
c) coibir-na – onde o
objetivo – exportá-los.
d) coibi-la – cujo
objetivo – exportá-los.
e) coibi-la – que o
objetivo – exportar-lhes.
Resposta Correta D ü
III– (IBGE) Assinale a
opção incorreta com relação ao emprego do acento indicativo de crase.
Justifique sua escolha.
a) O pesquisador deu
maior atenção à cidade menos privilegiada.
b) Este resultado
estatístico poderia pertencer à qualquer população carente.
c) Mesmo atrasado, o
recenseador compareceu à entrevista.
d) A verba aprovada
destina-se somente àquela cidade sertaneja.
e) Veranópolis soube
unir a atividade à prosperidade.
R: A opção incorreta é
a letra B, antes de pronomes indefinidos, com exceção de outras, não se aplica
a crase. ü
Conforme a pagina 114
da unidade 3.
IV– (AMAN) "Para
meu desapontamento, nasceu um ser raquítico e feio, pesando um quilo."
As vírgulas, na frase
anterior transcrita, foram utilizadas, respectivamente, para:
a) Isolar o aposto e
separar uma oração subordinada da principal.
b) Marcar o início de
uma oração intercalada e separar orações coordenadas assindéticas.
c) Marcar o
deslocamento do adjunto adverbial e separar uma oração adjetiva explicativa da
principal.
d) Isolar o objeto
pleonástico e indicar a elipse da conjunção.
e) Separar uma oração
subordinada anteposta à principal e separar uma oração subordinada posposta à
principal.
Resposta Correta C ü
V– No período seguinte,
coloque o pronome que está entre parênteses em próclise, mesóclise ou ênclise
ao verbo destacado. Justifique a colocação pronominal, explicitando as regras.
"As pessoas que,
por diversos motivos, sentiram prejudicadas devem ter seus direitos
assegurados." (se)
Resposta: próclise.
"As pessoas que, por diversos motivos, se sentiram prejudicadas devem ter
seus direitos assegurados."
Justificativa da regra:
B. Pronomes relativos ("que", "quem", "o (s, a, as)
qual (is)", "cujo (s, a, as)", "onde",
"como", "quanto"), conjunções integrantes ("que",
"se"), conjunções subordinativas adverbiais ("quando",
"por¬que", "se", "embora", "a fim de
que", "à medida que", "como" etc.
Outro caso com conjunção integrante:
• Observe que, com o pronome relativo “que”, empregamos a próclise ao verbo
auxiliar da locução verbal:
Carolina disse-me que, apesar do frio, se levantou cedo e lavou toda a roupa.
Observação:
No caso de um pronome pessoal que
surja após uma oração intercalada a uma oração subordinada, pode-se usar
ênclise (pensando na pausa causada pela intercalação) ou próclise (considerando a oração original e levando em conta
que o pronome relativo que atrai o
pronome átono).
Veja:
"As pessoas que, por diversos
motivos, sentiram-se prejudicadas devem ter seus
direitos assegurados." (ênclise) OU
"As pessoas que, por diversos
motivos, se sentiram prejudicadas devem ter seus direitos assegurados."
(próclise).