quinta-feira, 14 de maio de 2015

COERÊNCIA E COESÃO

Atividade (correção da professora Maria Alice de Souza)

1) Na Unidade 2 (ZAMPRONEO, 2012), foram tratados texto, coerência e coesão.
A inteligibilidade do texto depende da coerência e da coesão. O texto coerente não apresenta contradição nas ideias expostas. Além disso, deve haver interação entre emissor e receptor, pois, na elaboração/interpretação do texto, é necessário o compartilhamento de conhecimento entre produtor e receptor, o que implica, também, conhecimento de língua e de mundo, inferências, intertextualidade, fatores pragmáticos, interacionais e contextuais.
Por sua vez, a coesão é "a forma como os elementos lingüísticos presentes na superfície textual se interligam, se interconectam, por meio de recursos também lingüísticos, de modo a formar um tecido (‘tessitura’), uma unidade de nível superior à da frase, que dela difere qualitativamente" (KOCH, 2004, p. 35).
Da coesão depende a ligação dos sentidos isolados, para evidenciar a estruturação da sequência superficial do texto, sem perder de vista o todo e a intenção com que se produz esse todo, para constituir finalmente um texto. Baseando-se no exposto e no que você estudou, leia o texto seguinte e responda às perguntas.
A Venda da Felicidade
A era industrial aumentou consideravelmente a produção de bens de consumo. Agora, na era da informática, esse consumo foi até facilitado, através da internet. No quotidiano, o consumismo é estimulado e vendido como felicidade. Seria verdadeira essa relação?
Com as altas taxas de desemprego e a coisificação do homem, a população fica emocionalmente fragilizada. Essa fragilidade é fruto da exclusão social e da concepção de homem como ser descartável. Em uma sociedade com uma cultura descartável, representada pela cultura de massa, o homem também o é. Além de sofrer com estressantes jornadas de trabalho, transporte longo e demorado, o homem também sofre em seu tempo livre. Ele anseia por tempo livre, mas não sabe o que fazer com ele – até o seu tempo livre é alienado.
Esse é o momento oportuno para as campanhas de marketing. Impossibilitado (financeiramente) de se desenvolver pessoalmente através de estudo ou com o uso qualificado de seu tempo livre, o homem passa horas na frente da TV. Assim, o carro representa a liberdade, a cerveja representa a alegria, o remédio representa a paz. As campanhas padronizam os sentimentos e os oferecem personificados em produtos. E ainda estimulam a troca desses mesmos produtos, pouco tempo depois, por outros melhores e mais modernos.
O grande erro das pessoas que se entregam ao consumismo desenfreado sem refletir é que, apesar de inúmeras tentativas, o mal-estar causado pela exclusão social, pela alienação do tempo, não pode ser aliviado pelos produtos consumidos. A felicidade e a realização pessoal não vêm embaladas e prontas para o consumo; são frutos de equilíbrio emocional, autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Características que são alcançadas, gradualmente, no decorrer da vida (adaptado de SOUSA, 2012).
a) O texto é coerente? Por quê?
R: Sim, pois não apresenta contradição de ideias.
b) O texto tem coesão? Por quê? Utilize elementos do texto – substantivos, pronomes, conjunções etc. – para fundamentar sua resposta.
R: O texto tem coesão, já que utiliza elementos de transição e retomada (como: agora, esse consumo, essa fragilidade, esse é o momento, assim, mas, entre outros), termos que retomam passagens anteriores e possibilitam acrescentar outros aspectos.
Observação:
A era industrial aumentou consideravelmente a produção de bens de consumo. Agora, na era da informática, esse consumo (coesão referencial - retoma o termo “consumo”) foi até facilitado, pela internet. No quotidiano, o consumismo é estimulado e vendido como felicidade. Seria verdadeira essa relação? (refere-se à relação consumismo e felicidade).
Com as altas taxas de desemprego e a coisificação do homem, a população fica emocionalmente fragilizada. Essa (coesão referencial - retoma “fragilizada”) fragilidade é fruto da exclusão social e da concepção de homem como ser descartável. Em uma sociedade com uma cultura descartável, representada pela cultura de massa, o homem também o (coesão referencial - retoma “descartável”) é. Além de (coesão sequencial – articulador discursivo) sofrer com estressantes jornadas de trabalho, transporte longo e demorado, o homem também sofre em seu tempo livre. Ele (coesão referencial - retoma “homem”) anseia por tempo livre, mas (coesão sequencial – conjunção adversativa) não sabe o que fazer com ele (coesão referencial - retoma o termo “tempo”)– até o seu (coesão referencial - refere-se a “tempo do homem”) tempo livre é alienado.
Esse (coesão referencial - retoma “tempo livre alienado”) é o momento oportuno para as campanhas de marketing. Impossibilitado (financeiramente) de se desenvolver pessoalmente pelo estudo ou (coesão sequencial – conjunção alternativa) com o uso qualificado de seu tempo livre, o homem passa horas na frente da TV. Assim (coesão sequencial – articulador discursivo), o carro representa a liberdade, a cerveja representa a alegria, o remédio representa a paz. As campanhas padronizam os sentimentos e (coesão sequencial – conjunção aditiva) os oferecem personificados em produtos. E ainda (coesão sequencial – articulador discursivo) estimulam a troca desses mesmos produtos, pouco tempo depois, por outros melhores e mais modernos.
O grande erro das pessoas que (coesão referencial - refere-se a “pessoas”) se entregam ao consumismo desenfreado sem refletir é que, apesar de inúmeras tentativas, o mal-estar causado pela exclusão social, pela alienação do tempo, não pode ser aliviado pelos produtos consumidos. A felicidade e a realização pessoal não vêm embaladas e prontas para o consumo; são frutos de equilíbrio emocional, autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Características que são alcançadas, gradualmente, no decorrer da vida (adaptado de SOUSA, 2012)

2) Na Unidade 3 (ZAMPRONEO, 2012), foram revistas algumas normas gramaticais imprescindíveis à elaboração escorreita de textos.
Conforme o que você aprendeu, resolva os exercícios seguintes.
I– (FUVEST) Complete as frases a seguir com as formas corretas dos verbos indicados entre parênteses.
a) Quando eu reouver os livros, nunca mais os emprestarei. (reaver) ü
b) Os alienados sempre se mantêm-se neutros. (manter-se)
Os alienados sempre se mantêm / se mantiveram neutros. (manter-se) [o advérbio atrai o pronome átono]
c) As provas que contivessem mais erros seriam comentadas. (conter) ü
d) Quando ele compuser uma canção de paz, poderá descansar. (compor) ü
II – "O tráfico de animais silvestres constitui prática ilegal. Para coibir a prática ilegal, as autoridades responsáveis montam barreiras nas estradas, o objetivo dessas barreiras é impedir as tentativas de exportar os animais silvestres." Para tornar o segmento anterior inteiramente correto, é preciso substituir os trechos grifados pelos pronomes correspondentes.
Assinale a alternativa que faz as substituições corretamente.
a) coibir-a – cujo o objetivo – exportá-los.
b) coibir ela – onde o objetivo – exportar-lhes.
c) coibir-na – onde o objetivo – exportá-los.
d) coibi-la – cujo objetivo – exportá-los.
e) coibi-la – que o objetivo – exportar-lhes.
Resposta Correta D ü
III– (IBGE) Assinale a opção incorreta com relação ao emprego do acento indicativo de crase. Justifique sua escolha.
a) O pesquisador deu maior atenção à cidade menos privilegiada.
b) Este resultado estatístico poderia pertencer à qualquer população carente.
c) Mesmo atrasado, o recenseador compareceu à entrevista.
d) A verba aprovada destina-se somente àquela cidade sertaneja.
e) Veranópolis soube unir a atividade à prosperidade.
R: A opção incorreta é a letra B, antes de pronomes indefinidos, com exceção de outras, não se aplica a crase. ü
Conforme a pagina 114 da unidade 3.
IV– (AMAN) "Para meu desapontamento, nasceu um ser raquítico e feio, pesando um quilo."
As vírgulas, na frase anterior transcrita, foram utilizadas, respectivamente, para:
a) Isolar o aposto e separar uma oração subordinada da principal.
b) Marcar o início de uma oração intercalada e separar orações coordenadas assindéticas.
c) Marcar o deslocamento do adjunto adverbial e separar uma oração adjetiva explicativa da principal.
d) Isolar o objeto pleonástico e indicar a elipse da conjunção.
e) Separar uma oração subordinada anteposta à principal e separar uma oração subordinada posposta à principal.
Resposta Correta C ü
V– No período seguinte, coloque o pronome que está entre parênteses em próclise, mesóclise ou ênclise ao verbo destacado. Justifique a colocação pronominal, explicitando as regras.
"As pessoas que, por diversos motivos, sentiram prejudicadas devem ter seus direitos assegurados." (se)
Resposta: próclise.
"As pessoas que, por diversos motivos, se sentiram prejudicadas devem ter seus direitos assegurados."
Justificativa da regra:
B. Pronomes relativos ("que", "quem", "o (s, a, as) qual (is)", "cujo (s, a, as)", "onde", "como", "quanto"), conjunções integrantes ("que", "se"), conjunções subordinativas adverbiais ("quando", "por¬que", "se", "embora", "a fim de que", "à medida que", "como" etc.
Outro caso com conjunção integrante:
• Observe que, com o pronome relativo “que”, empregamos a próclise ao verbo auxiliar da locução verbal:
Carolina disse-me que, apesar do frio, se levantou cedo e lavou toda a roupa.
Observação:
No caso de um pronome pessoal que surja após uma oração intercalada a uma oração subordinada, pode-se usar ênclise (pensando na pausa causada pela intercalação) ou próclise (considerando a oração original e levando em conta que o pronome relativo que atrai o pronome átono).
Veja:
"As pessoas que, por diversos motivos, sentiram-se prejudicadas devem ter seus direitos assegurados." (ênclise) OU 

"As pessoas que, por diversos motivos, se sentiram prejudicadas devem ter seus direitos assegurados." (próclise).



Nenhum comentário:

Postar um comentário